sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Tapetão e os impactos para a o futebol brasileiro

Pelo bem do futebol brasileiro, o Fluminense não deveria ser beneficiado pelo erro da Portuguesa.

O julgamento da Portuguesa no STJD beneficiou o Fluminense, que acabou mantido na elite do futebol brasileiro em 2014

O julgamento da última segunda-feira no STJD trouxe de volta tempos sombrios, que se imaginava que o futebol brasileiro teria superado. As alterações dos resultados em campo das competições sempre foram muito prejudiciais para a imagem do nosso futebol.

Ao longo da história no Brasil foi criada a tese de que clube grande não era rebaixado. Na década de 90 e início dos anos 2000, o Brasil vivenciou muitas viradas de mesa no Campeonato Brasileiro. Entretanto, em 2002, com a queda do Palmeiras e do Botafogo e em anos seguintes com o rebaixamento de grandes clubes como Grêmio, Atlético-MG, Corinthians e Vasco da Gama, foi possível mudar esse cenário e moralizar nossas competições.

No mesmo período foi consolidado o formato de disputa e com isso os clubes evoluíram muito em receitas. O respeito às regras pré-estabelecidas e uma temporada de janeiro a dezembro contribuíram muito para o desenvolvimento do futebol no Brasil.  O aumento de jogos transmitidos pela TV, especialmente em Pay Per View, e das receitas com patrocinadores foram consequência direta do novo ambiente que construímos ao longo dos anos.

Por isso, o rebaixamento da Portuguesa e a manutenção do Fluminense na Série A em 2014 mancham novamente a imagem do futebol brasileiro. Se a Portuguesa cometeu um erro, deve ser punida. Vale a análise de má fé ou apenas erro, que deve ser feita por especialistas no assunto.

Mas pelo bem da marca do futebol brasileiro, o Fluminense não deveria ser o clube beneficiado pelo julgamento da Portuguesa. Mesmo com o erro do time paulista, a equipe carioca deveria jogar a Segunda Divisão. O regulamento da competição não deveria permitir que uma equipe se beneficie fora de campo por um erro de outro time.

O tapetão passa a mensagem para o mercado patrocinador e opinião pública que o futebol brasileiro não é sério, que não respeita suas regras.

Somado a esse tema, terminamos o campeonato com cenas de selvageria na TV para todo o mundo entre torcidas organizadas. Este lamentável fato retirou do Vasco da Gama R$ 7 milhões anuais com a rescisão do contrato de patrocínio feito pela matriz da Nissan. Infelizmente, estamos melhorando em alguns aspectos, mas piorando muito em outros. E o saldo para a marca do futebol brasileiro é extremamente negativo neste momento.

Amir Somoggi
São Paulo (SP)
Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press

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