quinta-feira, 30 de junho de 2011

SELEÇÃO BRASILEIRA “CORRE ATRÁS” DEE RIVAIS ARGENTINOS E URUGUAIOS

Gazeta Press
Rio de Janeiro (RJ)
Se a seleção brasileira conserva uma hegemonia mundial em função dos cinco títulos de Copa do Mundo que conquistou, o cenário é diferente quando o assunto é Copa América. No torneio continental, a vantagem está com Argentina e Uruguai, que têm 14 taças cada contra oito títulos verde-amarelos. A primeira edição do torneio foi disputada em 1916, na Argentina, que aproveitou o sucesso do futebol no país para celebrar o primeiro centenário da independência. O campeão foi o Uruguai, que superou as outras três equipes participantes: Argentina, Brasil e Chile. Foram também os uruguaios que abriram a competição com uma goleada por 4 a 0 ante o Chile. Empolgado com o triunfo, o dirigente uruguaio Héctor Rivadavia Gómez fundou, em 9 de julho daquele ano (data de aniversário da independência argentina), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que até hoje organiza o torneio. A Copa América foi disputada mais uma vez em 1917 e o vencedor novamente foi o Uruguai, que desta vez era país-sede. Somente em 1921 o Paraguai se juntou a Argentina, Brasil, Chile e Uruguai e começou a disputar a competição. Naquela ocasião, a Argentina, sede novamente, conquistou seu primeiro título. Os uruguaios, aproveitando-se do fato de contarem com a Celeste campeã olímpica em 1924 e 1928, ganharam quatro edições nos anos 20, assim como a Argentina (o Brasil venceu uma). Devido a brigas políticas, o Campeonato Sul-americano, como era conhecido, deixou de ser disputado entre os anos de 1929 e 1935. Somente em 1939 um campeão saiu do eixo Brasil-Argentina-Uruguai, já que o caneco ficou com o Peru.  Na edição de 1942, aconteceu a maior goleada da história, com a Argentina aplicando 12 a 0 no Equador. O atacante chileno Enrique Hormazábal pode se orgulhar de ter marcado o milésimo gol da Copa América, na goleada de 7 a 1 sobre os equatorianos, na edição de 1955. Já o eterno Zizinho divide com o argentino Noberto Méndez o posto de maior artilheiro em uma única edição, feito alcançado em 1957, quando o brasileiro anotou 17 gols. Em 1959, a Copa América teve duas edições. A primeira delas foi a única disputada pelo Rei Pelé, que sagrou-se artilheiro com oito gols. Mesmo assim, os brasileiros perderam o título para a Argentina em final disputada no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O duelo ficou marcado pela tendenciosa arbitragem, que favoreceu os donos da casa. Ainda naquele ano, atendendo a um pedido do Equador, que queria inaugurar seu Estádio Modelo, de Guayaquil, a Conmebol realizou uma segunda edição no mesmo ano e o Uruguai se sagrou campeão outra vez. Tema recorrente atualmente, a altitude entrou pela primeira vez na Copa América em 1963, quando a Bolívia sediou o evento e conquistou o único título de sua história, com uma facilidade de não deixar dúvidas sobre os efeitos que os 3.600 metros de altura causam nos adversários. Nas edições de 1975, 1979 e 1983, a Copa América não teve uma sede fixa, com as seleções se enfrentando em vários países e com regulamentos diferenciados. Apenas em 1987 o torneio voltou a ter um país-sede, a Argentina, mas o Uruguai foi campeão. O ano é de triste lembrança para a seleção brasileira, que sofreu a histórica goleada de 4 a 0 para o Chile. Também em 1987, pela primeira vez a Copa América era televisionada para países de fora da América do Sul.Em 1993, pela primeira vez os países da Concacaf participaram da disputa. México e Estados Unidos foram os convidados e mostraram que poderiam contribuir muito para melhorar o nível técnico. Os mexicanos, liderados pelo lendário atacante Hugo Sánchez, ficaram com o vice-campeonato, sendo superados pela Argentina na decisão. Em 1995, no Uruguai, outro brasileiro ficaria famoso, apesar de o título ter ficado com o Uruguai. O atacante Túlio Maravilha, então no Botafogo, marcou um gol usando o braço nas quartas de final contra a Argentina. Diante dos irritados jornalistas hermanos na coletiva após o jogo, ele fez uma provocação e lembrou o gol de mão de Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986. "Se aquele gol de Maradona foi com a mão de Deus, esse contou com o braço de Nossa Senhora", disse Túlio, que perderia um pênalti decisivo na grande final, fato que contribuiu para a conquista do título pelo Uruguai. Em 2001 a Copa América foi disputada num clima de guerra civil, devido aos problemas da Colômbia, a sede, com guerrilhas e com o narcotráfico. O fato assustou a Argentina, que sequer enviou delegação. Liderado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, o Brasil protagonizou outro histórico vexame ao ser eliminado pela modesta seleção de Honduras. Um ano depois, a Família Scolari daria a volta por cima e se sagraria pentacampeã do mundo. Nos anos de 2004 e 2007 a competição foi um pouco esvaziada porque alguns atletas que atuavam na Europa não quiseram disputá-la, por conta do período de férias no Velho Continente. Mesmo assim a rivalidade rendeu duas grandes disputas, com o Brasil ganhando duas finais consecutivas diante da Argentina. Em 2011, novamente em terras argentinas, o Uruguai aparece um pouco abaixo na escala de favoritos. A Argentina tem o craque Messi, multicampeão pelo Barcelona, que tenta finalmente guiar sua seleção a um título. No Brasil, está surgindo a estrela de Neymar, que vem se consagrando no Santos torneio após torneio e agora tem a missão de mostrar-se talentoso também com a camisa amarela.

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