domingo, 18 de março de 2012

PRATO DO DIA: Sardinha regada a lágrimas

Por Emerson Leandro
Devo confessar, faz tempo que queria escrever este texto. O meu time fez a melhor partida do ano frente ao seu maior rival. Mais que isso, diminuímos a desconfiança referente ao nosso técnico e nos aproximamos do topo da tabela.  Cerezo resolveu fazer a dele, montar a equipe certa e imprimir uma postura ofensiva, diminuindo os espaços do campo e forçando o adversário ao erro. Neto Baiano declarou antes da partida que éramos “favoritos em nossa casa” e foi assim que jogamos.

Devo dizer que nosso camisa nove fez tremer as “duas torres” do Jahia e brocou o seu, teria feito outro se não fosse o maldito goleiro do jahia, que tem nome de costas. A liderança do campeonato, as tantas partidas de invencibilidade, a vantagem nos confrontos dentro do Barradão, nada disso adiantou esta tarde. O Vitória foi aguerrido e preciso como um cirurgião rasgou o tricolor de alumínio e fez com que eles percebessem que a soberba é uma postura perigosa. O prato do dia esta tarde foi sardinha, daquelas bem vagabundas e fedorentas, e só comemos por que nosso trabalho nos obriga.

Embora tenhamos passeado pela toca, o que mais me chama atenção nesta partida é que jogamos como um time, sem depender exclusivamente de um ou outro jogador. Marquinhos estava apagado, Pedro Ken voltou a dar margem ao trocadilho interrogativo do seu nome e quando Neto Baiano foi substituído, nada mudou. Toninho Cerezo fez uma coisa que desde que chegou não havia feito. Aos vinte minutos do segundo tempo ganhávamos por um gol de diferença e ele trocou Marquinhos por Rildo e mantendo a ofensividade (mesmo que tenha quase me causado um infarto quando ensaiou tirar Ken e recuar a equipe), boa Cerezo, por que não agiu assim antes, caramba?

A porradinha

Estava ainda pelejando pra fazer minha internet pegar, na ânsia de ver a pata vigorosa do leão destroçar o corpo franzino do demente “super” homem de alumínio, quando ouço gritos atordoados do vizinho ao lado gritando é gooollll! Aos cinco e logo em seguida aos oito, Neto baiano e Gabriel Paulista marcaram. A minha internet finalmente funciona e eu vejo meu time implacável, marcando na saída de bola do time de Canabrava. Neto Baino sai na cara do gol Titi (ou sei lá quem) dá um carrinho criminoso, pênalti claro! Só o juiz não vê. Contra ataque rápido do adversário e pra minha tristeza Carlos Alberto Torres do meu time (vulgo Gabriel Paulista) faz pênalti no “mascarado da base” do time deles. Souza bate o pênalti e marca (olha de pênalti vale né?). Ai meu time apaga por alguns instantes e numa bela jogada as sardinhas empatam a partida.

Eu sentando no sofá de casa não acreditava no que estava vendo, parecia umremake de uma daquelas partidas que fazem qualquer cardíaco morrer. Mas de algum modo o mesmo infeliz que havia ajudado inimigo a esboçar a reação, foi tocado por Deus no coração e marcou a falta em cima de Mansur (agora regenerado e feliz do lado de cá).

 Receita para uma obra prima: Por Geovani.

Pegue a bola com carinho, deposite suavemente no gramado. Dê dois passos para trás, agacha-se, esqueça o adversário idiota que está tentando importuná-lo. Com a mão direita reposicione a bola, girando suavemente sua superfície até que ela complete um giro de trezentos e sessenta graus em torno do seu próprio eixo. Levante-se, dê um passo pra traz suavemente (ao seu gosto). Olhe fixamente para barreira a sua frente, calcule a distância, imagine a trajetória, respire fundo (só uma vez) ainda com a respiração presa, corra em direção a bola e bata firme na bola. Aguarde de dois a tr~es segundo e pronto.

Agora é só degustar o sabor da Vitória.

Depois desse gol foi só conversa e lamentação das sardinhas de Itinga. 

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