Ontem,
ao final do jogo, comecei a fazer a resenha de mais um fiasco do Tricolor.
Escrevi sobre as duas falhas a zaga que originaram o gol do adversário, sobre
Lomba estático no primeiro gol, sobre Fahel ser o último homem na marcação na
hora do segundo, elogiei até o retranqueiro Joel Santana que jogou o time pra
frente, critiquei a vergonhosa chuva de caxirola... mas depois do texto pronto,
resolvi apagar e ir dormir.
Que
Bahia é esse? Perder um clássico, não é nenhum absurdo. Ainda mais num clássico
que não valeu de nada, a não ser pra fazer a alegria da torcida rival, tão
carente de alegria nesse triênio, pois os dois se classificaram em segundo. O
triste é ver o início de ano bisonho que o Tricolor está tendo. E o pior, mesmo
com tantas decepções, ainda assim, existe a possibilidade (remota, é verdade)
de ser Campeão Baiano com apenas 3 triunfos em todo o campeonato. Sim, isso
pode acontecer. Se o time conseguir
somente mais dois triunfos, e dois empates, um em cada etapa (na semi e na
final), pode ser campeão. E isso seria um desastre.
É
triste dizer isso, mas o time não merece ser campeão. Na verdade não merece nem
ir pra final. O problema é que enfrentou os 4 times mais fortes do campeonato,
que estavam na outra chave, e agora vai pegar o fraco Juazeiro, por sinal,
líder do grupo do Bahia.
A
retrospectiva de 2013 é triste. Foram 15 jogos, 4 triunfos, 7 empates e 4
derrotas. Disputou 45 pontos, ganhou apenas 19. E nem estamos falando de Série
A, ainda.
Vencemos
aperta do Itabaiana (3x2), empatamos com ABC (1x1), vencemos o Ceará no
Castelão (0x1), perdemos pra o Ceará (1x2), fomos humilhados pelo ABC em
Pituaçu (0x3), empatamos com o Itabaiana (0x0). Eliminados da primeira fase do
Nordestão, pensávamos que a diretoria reagiria. Que nada, tudo mantido.
E veio
o Baianão. Empate com o Conquista (1x1), vencemos o melhor time do Campeonato
no último jogo em Pituaçu (2x0), empatamos no sufoco com o Xará de Feira (2x2),
e veio a Era Fonte Nova. Fiasco na estreia (1x5) derrubou Jorginho.
Pausa
para a Copa do Brasil e eliminamos o jogo de volta contra o Maranhão (0x2).
De
volta a Bahia, empate na Arena com o Conquista (1x1), empate no Adauto Morais
contra o líder do outro grupo (0x0), empate com o xará na Arena (0x0) e no
final, mais uma derrota para o vice-colocado do outro grupo (2x1). Ou seja, um
início de ano lastimável, dentro de campo.
Fora
das quatro linhas: denúncia de facções dentro do grupo, denúncia de influência
de um jornalista vagabundo (que disse que iria acabar o Bahia quando o time
tava na "Cerei C") na contratação de Joel Santana, um departamento
médico vergonhoso que deixa um jogador jovem como Ávine inutilizado por mais de
um ano, Souza e suas idas e volta pro DM, contratação de jogadores encostados
em outros clubes, jogadores com excesso de peso, denúncias de corrupção
envolvendo o presidente e os gestores de futebol, salários atrasados e torcida
revoltada.
É esse
o Bahia que vai entrar no Brasileirão daqui há menos de um mês?
O pior,
é que se acontecer o improvável e se formos Bi Campeões Baianos, tudo isso fica
esquecido pela torcida. E entraremos com esse time (de 4 triunfos sobre clubes
pequenos, nesses 15 jogos disputados) na competição mais difícil do mundo, com
confiança de dias melhores, como em 94, do fatídico gol de Raudinei, o título
baiano e na sequência campanhas catastróficas nos Brasileirões...
Como
diria o pobre do Adivis que tomou até dedo na cara, no meio da torcida no
Bavice: "May God bless us..."
Bora
Baêa Minha Porra! Pra onde, eu não sei mais. "Mas umBora"...
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