Há uma visão do senso comum que toma o futebol e o esporte de
uma forma geral, como sinônimo de saúde, cultura e educação. Visto
superficialmente, não temos nada contra este pensamento.
Entretanto,
precisamos entender que há diferentes dimensões da prática esportiva. O
futebol, por exemplo, pode ser praticado como competição de alto rendimento,
cujo objetivo primeiro é a conquista, a vitória. Ele pode também ser praticado
como proposta educativa, no âmbito escolar e aí o objetivo é mais formativo. E,
finalmente, podemos ver o futebol como forma de puro lazer, onde se deve buscar
o equilíbrio físico e emocional, a saúde, a descontração e o divertimento.
Nesta forma de lazer, o futebol pode também ser considerado como espetáculo,
onde os interessados podem participar apenas como espectador, no estádio, à
frente da TV ou ouvindo uma transmissão pelo rádio.
Mas
seja qual for o objetivo, é preciso que entendamos que o futebol não é bom ou
benéfico para seus praticantes, por si só. Para que se atinja seus objetivos
específicos é sempre necessário que haja uma intencionalidade, ou seja, uma
intenção por trás das nossas ações.
Na
verdade, a prática do futebol, profissional, escolar ou de lazer, depende de
seus atores ou líderes que conduzem estas práticas, para que se garanta reais
benefícios a todos. Explico: se esses praticantes são pessoas egocêntricas,
reprimidas, violentas ou agressivas, é bem provável que estas características
sejam reproduzidas e refletidas no jogo.
Portanto,
podemos concluir que o futebol pode, sim, ser um excelente instrumento de
cultura, de educação e de saúde, mas para que isto ocorra em sua plenitude, é
necessário que as pessoas envolvidas em sua prática e, principalmente, os
treinadores, professores ou líderes comunitários que conduzem estas práticas,
tenham estas boas intenções de forma clara e segura, fato que, infelizmente,
nem sempre acontece.
Fonte: João Paulo Medina
Subtraído do Entrando na Área
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